Um silêncio pesado caiu sobre o Estadio Corona na madrugada de domingo, 16 de novembro de 2025. Nenhum gol. Nenhum grito. Apenas o som de torcedores mexicanos e uruguaios, misturados em um suspiro coletivo. O amistoso entre México e Uruguai terminou em 0 a 0 — um resultado que, apesar de parecer neutro, escondeu muito mais do que aparenta. O jogo, válido para a Data FIFA de novembro de 2025, foi disputado em Torreón, no estado de Coahuila, México, sob a arbitragem de Fernando Javier Moron Valdelamar. E foi mais do que um treino: foi um teste de força entre duas seleções já classificadas para a Copa do Mundo de 2026, que será sediada conjuntamente pelos Estados Unidos, Canadá e México.
Um jogo sem gols, mas cheio de significado
Ninguém esperava um show ofensivo. Mas também ninguém imaginava que, com tantos talentos em campo, o jogo seria tão truncado. O México jogou com um 4-3-3 clássico, com Lozano e Jiménez como pontas, e Álvarez no meio-campo, tentando controlar o ritmo. Já o Uruguai saiu com uma formação igual, mas mais agressiva: Emiliano Martínez e Manuel Piquerez lideravam o ataque, com Nahitan Nández como o motor da pressão. Aos 58 minutos, o uruguaio levou cartão amarelo por uma entrada dura — um sinal de que o jogo, embora sem gols, estava quente.As substituições no segundo tempo — F. Torres e J.M. Sanabria entrando aos 46 minutos, seguidos por R. Zalazar — foram tentativas de quebrar o equilíbrio. Mas nada funcionou. A defesa mexicana, com Vásquez e Montes no centro, foi impecável. E a uruguaia, com Martínez no gol, fez duas grandes defesas, incluindo uma em bola cruzada aos 90 minutos, que salvou o empate.
Um histórico de dominação uruguaia
O empate foi uma surpresa — e não só por causa do placar. O Uruguai vem de uma sequência de quatro vitórias nos últimos cinco confrontos diretos contra o México. Em junho de 2024, venceu por 4 a 0 em amistoso. Em 2022, por 3 a 0. Em 2018, por 4 a 1. Só em 2016, em uma partida da Copa América, o México venceu por 3 a 1. Ou seja: o Uruguai tem psicológico. E isso pesou.Os técnicos não jogaram seus titulares absolutos — não precisavam. Mas o fato de o Uruguai ter no banco jogadores que atuam no Brasil — como Nacho Laquintana (Red Bull Bragantino), Puma Rodríguez (Vasco da Gama) e Matías Viña (Flamengo) — sem usá-los, mostra que o foco era testar a química da equipe titular, não dar minutos a novatos. Já o México, que vinha de um 3 a 0 sobre a Coreia do Sul na semana anterior, parecia mais preocupado em manter a estrutura do que em criar chances.
Os próximos passos: um calendário apertado
O jogo em Torreón foi apenas o começo. Na terça-feira, 18 de novembro de 2025, o Uruguai enfrenta os Estados Unidos no Raymond James Stadium, em Tampa, Flórida, às 21h (horário de Brasília). Já o México joga contra o Paraguai no Alamodome, em San Antonio, Texas, às 22h30. Ambos os jogos são decisivos para a definição das formações finais antes da Copa.Curiosamente, as odds da casa de apostas ZeroZero davam 2,10 de retorno para vitória uruguaia — ou seja, o favoritismo era claro. Mas o futebol não se resume a probabilidades. Às vezes, o que importa é o que não acontece. E nesse jogo, o que não aconteceu foi um gol. Mas também não aconteceu uma derrota. E isso, para ambas as equipes, pode ser um bom sinal.
Um estádio, uma tradição
O Estadio Corona, com capacidade para 30 mil pessoas, é a casa do Club Santos Laguna. Mas, pela primeira vez em anos, foi palco de um jogo da seleção mexicana. A estrutura, moderna e bem localizada no norte do México, foi escolhida por sua logística e proximidade com a fronteira — facilitando a chegada de torcedores uruguaios e mexicanos. O clima na noite do jogo era de festa, mesmo sem gols. Familiares de jogadores, torcedores de ambos os lados, e até alguns americanos que já estão planejando ir aos jogos da Copa de 2026 — todos presentes.
Por que isso importa?
A Copa do Mundo de 2026 será a primeira a ter 48 seleções — um aumento histórico desde a edição de 1998. Isso significa mais jogos, mais pressão, mais tempo de preparação. E os amistosos como este são os laboratórios onde os técnicos descobrem o que funciona — e o que não funciona. O empate entre México e Uruguai não foi um fracasso. Foi um aviso: as equipes estão prontas. Mas ninguém está dominando ninguém.Frequently Asked Questions
Por que o empate entre México e Uruguai foi considerado surpreendente?
Apesar do placar neutro, o empate foi surpreendente porque o Uruguai venceu quatro dos últimos cinco confrontos diretos contra o México, incluindo derrotas por 4-0 e 3-0 nos últimos dois amistosos. O fato de o México conter a pressão uruguaia e manter o placar zerado mostra evolução defensiva e uma nova confiança da equipe mexicana, que antes era vista como vulnerável contra os sul-americanos.
Quais jogadores do Uruguai atuam no Brasil e por que não entraram?
Nacho Laquintana (Red Bull Bragantino), Puma Rodríguez (Vasco da Gama) e Matías Viña (Flamengo) estavam no banco, mas não foram utilizados. Isso ocorreu porque o técnico uruguaio priorizou a química da equipe titular, evitando introduzir jogadores que ainda não têm vínculo direto com o sistema tático da seleção. A ideia era testar a continuidade, não experimentar novidades.
Como o empate afeta as chances de México e Uruguai na Copa do Mundo de 2026?
Nenhum dos dois times foi prejudicado. Pelo contrário: o empate confirmou que ambos têm defesas sólidas e que a pressão ofensiva ainda precisa ser aprimorada. Para o México, foi um sinal de maturidade; para o Uruguai, um alerta de que não pode mais contar apenas com o histórico. Ambos estão na mesma fase de ajustes — e esse jogo foi um termômetro útil.
Qual é o próximo desafio para cada seleção após este amistoso?
O Uruguai enfrenta os Estados Unidos em Tampa, na Flórida, em 18 de novembro de 2025, às 21h (horário de Brasília). Já o México joga contra o Paraguai no Alamodome, em San Antonio, Texas, no mesmo dia, às 22h30. Ambos são jogos cruciais para testar a adaptação ao estilo de jogo das seleções da CONCACAF e da CONMEBOL, que têm dinâmicas diferentes.
Por que o Estadio Corona foi escolhido para esse jogo?
O estádio, sede do Santos Laguna, foi escolhido por sua localização estratégica no norte do México, próxima à fronteira com os EUA — facilitando a chegada de torcedores uruguaios e mexicanos. Além disso, é um dos poucos estádios da região com infraestrutura moderna e capacidade adequada para jogos internacionais, sem ser um centro de grandes eventos, o que permite mais controle logístico e atmosfera mais íntima.
A Copa do Mundo de 2026 será diferente das anteriores? Como?
Sim. Será a primeira edição com 48 seleções, ampliada pela FIFA em 2017. Isso significa mais jogos, mais grupos, e uma fase de grupos com 12 grupos de 4 times. A pressão será maior, os intervalos entre jogos menores, e o desgaste físico será intenso. Amistosos como este são essenciais para testar rodízios e a resiliência das equipes antes da maratona.