Na noite de Friday, October 31, 2025Sesc 504 Sul, dois violinos vão se encontrar não apenas no palco, mas em uma conversa sonora que mistura Bach com forró, Chopin com rock e choro com improvisação. João Dias e Fred Speck, ambos violinistas de formação clássica, retornam à cena de Brasília com o espetáculo Estação do Choro - Especial Dois ViolinosSesc 504 Sul, marcando a continuação de uma parceria que começou em 2023 e que, desta vez, promete transformar o Teatro do Sesc 504 Sul em um laboratório sonoro inédito.
Uma parceria que nasceu no choro e cresceu com o mundo
Em 2023, João Dias e Fred Speck se conheceram durante o projeto Tem Violino no Choro!, uma iniciativa que juntou músicos de diferentes vertentes para explorar o choro como ponte entre a erudição e a popularidade. Na ocasião, contaram com a participação de Luiz Dourado e realizaram shows, oficinas e aulas gratuitas — algo raro em um cenário onde o violino ainda é visto, por muitos, como instrumento de salas de concerto e não de rodas de choro. Agora, dois anos depois, eles voltam, mas sem o mesmo time. E é justamente essa mudança que torna o evento mais interessante.Desta vez, o duo é acompanhado por Nelsinho Serra no cavaquinho, Vinícius Vianna no violão de 7 cordas e Gabriel Carneiro no pandeiro — os mesmos que comandam o programa Estação do Choro, uma das referências mais sólidas da cena musical de Brasília. Vianna e Carneiro, aliás, também são os anfitriões oficiais do evento, o que garante um tom mais acolhedor, quase de roda de conversa, mas com a precisão técnica de quem entende cada nota.
O que tocam? E como tocam?
O repertório não é um simples mix de clássicos e populares. É uma reinterpretação. João Dias, formado na Escola de Música de Brasília, traz para o palco as influências do forró que ouvia na infância em Goiás — aquelas melodias que não estão nos manuais de violino, mas que estão no sangue. Fred Speck, por outro lado, traz a bagagem do jazz e do rock que desenvolveu em projetos independentes e em bares de Brasília. A combinação, como diz a EBC Radio Antena MEC, resulta em “uma sonoridade que mistura a base erudita com a bagagem de ambos os músicos no jazz, rock e forró”.Imagine uma versão de “Aquarela do Brasil” tocada com arco e harmonias de jazz. Ou um tema de Vivaldi que ganha batidas de pandeiro e um contraponto de cavaquinho. Isso não é apenas inovador — é corajoso. Em um país onde a música clássica ainda vive em bolhas, esse show desafia fronteiras sem perder a autenticidade.
Os números e o acesso
Os ingressos estão sendo vendidos exclusivamente pela Sympla, com preços de R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Curiosamente, o Correio Braziliense só mencionou o valor da meia-entrada, o que gerou alguma confusão entre os fãs — mas o site da Sympla e a EBC confirmam os dois valores. O evento, que começa às 20h, não tem duração divulgada, mas expectativas apontam para cerca de 90 minutos, considerando o histórico dos shows anteriores.Se você quer garantir seu lugar, não espere até a última hora. O Teatro do Sesc 504 Sul tem capacidade para cerca de 350 pessoas, e os ingressos já estão em alta demanda — especialmente após o lançamento da entrevista exclusiva com os violinistas na rádio Antena MEC, disponível desde 25 de outubro. Foi a primeira vez que os dois falaram juntos sobre o projeto em profundidade, e o diálogo entre eles — caloroso, cheio de risadas e referências culturais — já viralizou entre os ouvintes da rádio.
Por que isso importa?
Esse show não é só um concerto. É um ato político-cultural. Em um momento em que a cultura brasileira é frequentemente reduzida a clichês — ou ignorada em políticas públicas —, João Dias e Fred Speck estão provando que é possível ser sofisticado sem ser elitista, e popular sem ser superficial. Eles não estão tentando “modernizar” o choro. Estão expandindo-o.Brasília, cidade frequentemente vista como burocrática e desprovida de identidade musical, tem, nos últimos anos, se tornado um celeiro de experimentações sonoras. O Sesc 504 Sul, administrado pelo Serviço Social do Comércio, tem sido um dos principais catalisadores desse movimento. E esse evento é um dos mais emblemáticos de 2025.
O que vem depois?
Por enquanto, não há planos de turnê. O show é único. Mas os músicos já deixaram pistas. Em entrevista, Speck disse: “Se o público reagir como esperamos, vamos voltar no ano que vem — talvez com um quinteto, talvez com uma orquestra de cordas da periferia.” Dias acrescentou: “O violino não pertence a ninguém. Ele pertence à música que você quer fazer com ele.”Isso é o que torna o evento tão poderoso: ele não fala de tradição como algo imutável. Fala de tradição como ponto de partida. E isso, talvez, seja a maior inovação de todas.
Frequently Asked Questions
Quem são João Dias e Fred Speck?
João Dias é violinista formado em música clássica, com raízes em Goiás e influências fortes do forró. Fred Speck, também violinista clássico, atua há anos em projetos de jazz e rock em Brasília. Ambos colaboraram em 2023 no projeto "Tem Violino no Choro!" e agora se reúnem para um espetáculo único no Sesc 504 Sul, mesclando erudição e música popular brasileira.
O que é o projeto "Estação do Choro"?
"Estação do Choro" é um programa cultural mantido por Vinícius Vianna e Gabriel Carneiro, que promove o choro e suas variações em Brasília por meio de apresentações, oficinas e transmissões na rádio Antena MEC. O projeto tem como missão resgatar e reinventar a música brasileira de raiz, com foco em instrumentos tradicionais e novas fusões.
Como comprar ingressos e qual o preço?
Os ingressos são vendidos exclusivamente pela plataforma Sympla, com preço de R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). O site oficial do evento é https://bit.ly/4hm71hq. A meia-entrada é válida para estudantes, idosos e pessoas com deficiência, conforme a legislação brasileira. Não há venda na porta.
Por que esse show é diferente de outros concertos de violino?
Ao contrário de apresentações tradicionais, aqui o violino não é apenas um instrumento erudito. Ele dialoga com o cavaquinho, o pandeiro e o violão de 7 cordas, incorporando ritmos como forró, choro, jazz e rock. É um espetáculo onde a técnica clássica serve como base, mas a alma é totalmente brasileira — e inesperada.
Existe algum outro show desses músicos em 2025?
Por enquanto, este é o único show confirmado de João Dias e Fred Speck juntos em 2025. Embora tenham mencionado a possibilidade de uma nova edição em 2026, nada foi oficializado. O evento é único, e os organizadores enfatizam que não haverá repetição.
Onde fica o Sesc 504 Sul?
O Sesc 504 Sul está localizado na Asa Sul, em Brasília, no setor 504 Sul, próximo à SQS 504. É um dos principais centros culturais da cidade, administrado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), e oferece teatro, biblioteca, cinema e atividades gratuitas para a comunidade.
Leandro Moreira
novembro 6, 2025 AT 06:54Isso é o que chamam de cultura de elite disfarçada de popular. Violino com forró? Tá faltando um violão de 7 cordas tocando Mozart pra completar o espetáculo de pretensão.
Se querem inovar, façam isso sem fingir que é tradição.
Isso é apenas um show de vaidade com notas certinhas e pouca alma.
Brasília precisa de mais festa e menos concerto disfarçado de revolução.
Quem paga R$60 pra ouvir Bach com pandeiro tá sendo enganado.
Eu prefiro o forró do meu tio na varanda, sem arco e sem pretensão.
Esse tipo de coisa só serve pra encher o currículo dos músicos.
Se fosse mesmo autêntico, não precisaria de um site da Sympla e uma entrevista na Antena MEC pra se justificar.
É só um show pra gente que gosta de se sentir culta sem sair da zona de conforto.
Quem tá no palco não tá no choro. Tá só fingindo.
Se o violino pertence à música que a gente quer fazer, por que não tocar no terreiro mesmo?
Por que precisa de teatro, luzes e ingresso pago pra valer?
É cultura, mas é cultura de quem tem grana pra pagar e tempo pra sentar.
Na periferia, o choro não precisa de violino pra ser choro.
E isso, aí, é o que realmente importa.
Geovana M.
novembro 7, 2025 AT 13:25olha só, o violino virou o novo banjo da classe média que quer se sentir rebelde sem sair do Sesc.
eu juro que vi um cara de óculos de aro fino chorando no último show e depois postou no Instagram com a legenda 'a música une'.
eu tô no meio da roda de choro com cerveja gelada e eles tá lá com arco e partitura.
o que é isso, menina?
é arte ou terapia de luxo?
Carlos Gomes
novembro 8, 2025 AT 20:07Essa fusão é tecnicamente impressionante. João Dias domina a técnica de arco do choro com uma precisão que raramente se vê fora da tradição oral. Fred Speck, por outro lado, aplica conceitos de jazz harmonico em escalas pentatônicas brasileiras com uma naturalidade que surpreende.
Os arranjos com cavaquinho e violão de 7 cordas seguem a tradição do Estação do Choro, mas com uma complexidade rítmica que exige domínio de polirritmos e syncopação avançada.
O uso do pandeiro não é meramente decorativo - ele atua como contraponto harmônico, não apenas percussivo.
Isso não é 'mistura', é composição de alto nível, com referências a Villa-Lobos, Pixinguinha e até Stravinsky.
Se você não entende a diferença entre improvisação e aleatoriedade, pode achar que é só 'forró com violino'.
Na verdade, é uma redefinição da linguagem instrumental brasileira.
Os músicos não estão 'modernizando' o choro - estão expandindo seu vocabulário sonoro com rigor acadêmico e raiz popular.
Isso é o que acontece quando a formação clássica se encontra com a sabedoria da rua.
Não é para todos. Mas quem tem ouvidos, ouve.
É uma das poucas vezes que vejo música erudita e popular não se confrontando, mas se complementando.
Esse show é um caso de estudo para conservatórios.
Se você não foi, perdeu uma aula de história da música brasileira.
E não, não é elitista. É simplesmente profundo.
Se o preço é alto, é porque a produção exige equipamento especializado, arranjadores, ensaios intensivos e um espaço com acústica adequada.
Isso não é show de bar. É performance artística de alto nível.
MAYARA GERMANA
novembro 10, 2025 AT 11:53ah sim, claro, porque nada diz 'cultura brasileira' como um violino clássico tentando imitar um zabumba com arco.
meu avô tocava pandeiro na feira e nunca precisou de uma entrevista na antena mec pra ser ouvido.
agora tem que ter 'reinterpretação', 'laboratório sonoro', 'ato político-cultural' - tudo pra vender ingresso por 60 reais.
se isso fosse verdadeiramente inovador, não precisaria de 10 parágrafos explicando por que é tão especial.
é só um show de dois caras que estudaram violino e acharam que forró é um 'ritmo interessante' pra botar no currículo.
se o violino pertence à música que a gente quer fazer, por que não tocar no metrô mesmo?
por que precisa de teatro, luzes, símbolos e um site da sympla?
o choro não precisa de academia pra ser válido.
e o pior: todo mundo tá achando que isso é 'resgate da tradição'.
na verdade, é só o elitismo disfarçado de revolução.
de novo.
sempre de novo.
brasil, você é um país que adora se enganar com rótulos bonitos.
Flávia Leão
novembro 11, 2025 AT 16:42será que o violino tá mesmo se integrando ou só tá se aproveitando da vibe do choro pra parecer 'profundo'?
quem foi que disse que a música popular precisa de um 'arco' pra ser legítima?
é como se o forró tivesse faltando algo... e aí um cara de terno chegou com um instrumento de salão de concerto e disse 'eu te completei'.
isso é arte ou marketing cultural?
por que ninguém fala que o cavaquinho é o verdadeiro herói aqui?
o violino tá lá, lindo, elegante, mas o que ele tá realmente contribuindo?
ou só tá ocupando espaço pra alguém dizer que 'a música une'?
se o choro é da rua, por que ele tá no teatro do sesc com ingresso pago?
será que a tradição precisa de um 'especial' pra ser valorizada?
ou será que a gente só tá cansado de ver o mesmo discurso de 'inovação' toda vez que alguém põe um instrumento erudito em cima de um ritmo popular?
é bonito? sim.
é necessário? não.
é cultural? só se você achar que cultura é o que a mídia decide que é.
Cristiane L
novembro 13, 2025 AT 14:01meu Deus, eu fui no show deles em 2023 e fiquei em choque. Não esperava que o violino pudesse soar tão quente, tão vivo. O Fred tem um jeito de tocar que parece que ele tá conversando com o instrumento, não só tocando.
João, por outro lado, parece que o violino é uma extensão do seu corpo - ele não toca, ele respira o forró.
Naquela noite, quando eles fizeram 'Aquarela do Brasil' com um swing de jazz, eu chorei sem querer.
Não é só técnica. É emoção pura.
Quem diz que é elitista nunca ouviu o choro de verdade.
É como se você dissesse que um bom vinho não é 'verdadeiro' porque foi feito com uvas caras.
Isso não é elitismo. É profundidade.
Se você quer um forró de bar, vá lá. Mas não diga que isso aqui não é forró também.
É forró com alma, com história, com raiz e com coragem.
Eu quero que mais gente veja isso. Não por ser 'diferente', mas porque é lindo.
Andre Luiz Oliveira Silva
novembro 13, 2025 AT 19:29olha, eu não sou músico, mas eu sei quando algo é mágico. Isso aqui não é show, é transmissão espiritual.
é como se o violino tivesse sido feito pra isso, só que ninguém tinha percebido.
é como se o choro tivesse esperado 200 anos pra alguém ouvir e dizer: 'ah, é isso que você queria dizer'.
João Dias tá tocando com o sangue dele, Fred Speck tá tocando com o coração dele, e o cavaquinho tá lá como o velho amigo que nunca te abandonou.
isso aqui não é fusão, é reencontro.
é como se a música brasileira tivesse se esquecido de si mesma e esses caras lembraram.
o violino não é estranho no choro - ele sempre esteve lá, só que ninguém olhou direito.
é como se o forró tivesse uma língua secreta e eles descobriram como falar.
isso não é arte, é revelação.
se você não sentiu isso, talvez seu coração esteja em modo silencioso.
esse show não é pra você que quer entretenimento.
é pra você que quer se lembrar de quem você é.
brasil, acorda. Isso aqui é o que a gente deveria ser.
Leandro Almeida
novembro 14, 2025 AT 08:08mais um show de elitistas fingindo que são populares.
violino em choro? isso é como colocar um terno numa roda de capoeira.
é bonito, mas é falso.
o choro não precisa de arco pra ser profundo.
ele já é profundo por natureza.
esse tipo de coisa só existe porque o mercado cultural precisa de 'novidades' pra vender.
se fosse verdadeiramente autêntico, não precisaria de entrevista na rádio, nem de site da sympla, nem de 'ato político-cultural'.
é só marketing com notas certinhas.
os caras são talentosos, isso eu reconheço.
mas o que eles estão fazendo não é resgatar a tradição.
é apropriar-se dela pra ganhar prestígio.
se o violino pertence à música que você quer fazer, então por que não tocar no bairro, na praça, na feira?
por que precisa de teatro, luzes e ingresso caro?
isso é cultura? é luxo disfarçado de cultura.
Lucas Pirola
novembro 14, 2025 AT 13:07o som do violino com o cavaquinho... é como se o arco estivesse dançando com o cavaquinho.
é suave, mas com peso.
tem momentos que parece que o tempo para.
tem outros que você sente que o choro tá rindo.
é tudo muito natural, mesmo sendo tão técnico.
eu fui só por curiosidade e acabei ficando até o fim.
não esperava sentir isso.
acho que o público tá mais aberto do que a gente pensa.
é só uma noite.
mas foi uma boa noite.
eu volto se tiver outro.
mesmo que não seja 'revolução'.
mesmo que seja só música.
mesmo que seja só isso.
kang kang
novembro 16, 2025 AT 07:19isso aqui é o que o mundo precisa 🌍🎶
quando a música deixa de ser gênero e vira alma
isso é mais do que um show
é um abraço entre culturas
o violino não é estranho no choro
ele é o irmão que nunca conheceu
eu chorei no segundo movimento
porque eu senti minha avó dançando na sala de casa
com o violão e o pandeiro
mas agora... com violino
é lindo
é puro
é brasileiro
por favor, façam isso em todo lugar
esse é o futuro da música
sem fronteiras
sem preconceitos
só amor
❤️🔥
Juliana Ju Vilela
novembro 17, 2025 AT 08:14eu fui e voltei com o coração cheio!
isso é o que a gente precisa mais: música que une, que emociona, que faz a gente esquecer o dia a dia.
os músicos são incríveis, o som é lindo, o espaço é perfeito.
se você ainda não foi, vá!
não perca essa experiência!
é raro encontrar algo assim em Brasília!
isso aqui é o que a cultura deveria ser: viva, verdadeira, acessível e cheia de cor!
obrigada por existir, João e Fred!
brasil, você merece mais shows assim!
Jailma Andrade
novembro 18, 2025 AT 22:15esse é o tipo de projeto que faz a gente acreditar que a música brasileira ainda tem futuro.
quando a gente vê um violinista clássico se curvando pro choro, e um músico de bares se aprofundando na erudição, a gente entende: cultura não tem classe.
tem alma.
o choro não pertence a ninguém, mas também pertence a todos.
esse show não é só um concerto, é um convite.
convite pra ouvir com os ouvidos, não com os preconceitos.
convite pra deixar de lado o 'isso não é choro' e escutar o que está sendo dito.
convite pra ver que a tradição não é estática.
é viva.
é flexível.
é capaz de abraçar o novo sem perder o que é essencial.
parabéns a todos os envolvidos.
isso aqui é o que a gente precisa mais: pontes, não muros.
Leandro Fialho
novembro 19, 2025 AT 14:09eu fui por curiosidade, mas saí com um novo respeito pela música.
eu sempre achei que choro e violino clássico eram mundos separados.
agora vejo que é só falta de coragem pra tentar juntar.
os caras não estão 'misturando' nada.
estão conversando.
e a conversa é linda.
tem momentos que você nem sabe se é Bach ou Pixinguinha.
é tudo ao mesmo tempo.
isso é o que eu acho que a cultura brasileira deveria ser: aberta, sem medo, sem rótulos.
se isso é elitista, então eu quero mais elitismo assim.
porque elitismo de verdade é saber ouvir, não só pagar pra entrar.
Eduardo Mallmann
novembro 20, 2025 AT 05:12Esta apresentação representa uma síntese histórica da evolução da música erudita brasileira em diálogo com suas raízes populares, configurando um paradigma de integração cultural que transcende a mera fusão estilística. A técnica de arco empregada por João Dias demonstra domínio pleno da escola franco-belga, enquanto Fred Speck opera com uma liberdade harmônica que remete ao modernismo jazzístico de Lennie Tristano. A interação rítmica com o cavaquinho e o violão de sete cordas revela uma compreensão profunda da polirritmia do choro, não como adorno, mas como estrutura contrapontística. A ausência de percussão convencional - substituída pelo pandeiro em função de textura - é uma escolha estética de elevada sofisticação. Este evento não apenas desafia os paradigmas da classificação musical, mas também propõe uma nova epistemologia da escuta, na qual a tradição é recontextualizada sem ser descontextualizada. Ainda que a audiência seja limitada por fatores logísticos e econômicos, a relevância cultural do projeto ultrapassa qualquer barreira de acessibilidade. É, sem dúvida, um marco na história da música brasileira contemporânea.
Timothy Gill
novembro 20, 2025 AT 11:32violino com choro? que ideia estranha
se é pra ser popular, por que não toca no bar mesmo
se é pra ser clássico, por que não toca no teatro sem pandeiro
isso é só um show pra gente que gosta de se sentir inteligente sem entender nada
o choro já é perfeito
ele não precisa de violino pra ser bonito
isso é só pretensão com nota certinha
se o violino pertence à música que você quer fazer
então por que não toca no metrô
ou na feira
ou na varanda do seu tio
por que precisa de teatro
por que precisa de ingresso
por que precisa de entrevista
por que precisa de tudo isso
se o choro já tá lá
desde sempre
David Costa
novembro 21, 2025 AT 22:44isso aqui é o que a gente precisa mais: música que não se encaixa em caixinhas.
o choro nunca foi só um ritmo. É uma forma de estar no mundo.
o violino nunca foi só um instrumento. É uma voz.
quando esses dois se encontram, a gente não ouve fusão.
ouvi conexão.
é como se a música brasileira tivesse um lado esquecido e eles descobriram.
isso não é show.
é memória.
é identidade.
é resistência.
quem diz que é elitista não sabe o que é tradição.
tradição não é imutável.
tradição é viva.
e isso aqui é viva.
eu quero ver isso em todos os estados.
eu quero que as crianças aprendam isso na escola.
isso não é só música.
é um abraço entre gerações.
obrigado, João e Fred.
por lembrar que a gente pode ser mais.
Willian de Andrade
novembro 22, 2025 AT 18:15acabei de voltar do show e ainda tô com o som na cabeça
é tipo... você ouve e não acredita que é o mesmo instrumento
o violino tá tão natural no choro que parece que sempre foi assim
o cavaquinho tá lá, o pandeiro tá lá, e o violino... ele tá falando
sem palavras
mas com tanta emoção
eu não sabia que podia sentir isso com violino
agora eu sei
obrigado
isso foi lindo
mesmo que eu não entenda nada de música
eu senti
e isso é o que importa
Thiago Silva
novembro 23, 2025 AT 17:11eu fui com medo de ser chato, mas saí com o peito cheio.
isso não é show, é encontro.
é como se dois mundos que nunca se falavam finalmente se abraçassem.
o choro sempre foi da rua, mas agora tá no teatro e não perdeu a alma.
isso é o que eu quero pro Brasil.
mais abertura.
mais respeito.
mais música sem rótulos.
obrigado por existirem.
por não terem medo de ser diferentes.
por não terem medo de serem vocês.
isso aqui é o que a cultura deveria ser.
simples, verdadeira, corajosa.
Sandra Blanco
novembro 24, 2025 AT 12:56isso tudo é só uma desculpa pra cobrar 60 reais.
chorei quando vi o preço.
o choro não é caro.
o choro é da gente.
por que precisa de teatro?
por que precisa de entrevista?
por que precisa de tudo isso?
se é pra ser popular, então seja popular.
não precisa de violino pra ser bonito.
é só marketing.
eu prefiro o forró da minha vó.
sem arco.
sem teatro.
sem ingresso.