Desafios e cuidados únicos na formação de atletas jovens
Quem pensa que fisioterapia esportiva é coisa só de atleta profissional está completamente enganado. Nos bastidores dos grandes clubes catarinenses, como Figueirense e Avaí, o trabalho com atletas de base virou prioridade absoluta. O objetivo? Preparar garotos e garotas para as exigências do futebol moderno sem comprometer o crescimento e a saúde.
Raphael Schmidt, que comanda o setor de fisioterapia da base no Figueirense, vê de perto os desafios das lesões nos jovens, principalmente nos joelhos. São aliadas dos treinos puxados e da intensidade das competições, mas têm padrões bem diferentes das lesões em adultos. O corpo dos meninos ainda está em formação e, por isso, exige acompanhamento específico. Schmidt e sua equipe precisam ajustar métodos e criar uma rotina de observação quase personalizada para cada caso, ajudando os atletas a atravessar essa fase sem deixar sequelas para o futuro.
No Avaí, a ideia é parecida, mas com outra pegada: Dr. Pedro Zappa já passou por modalidades além do futebol e trouxe essa bagagem para o dia a dia do clube. No profissional ou nas categorias de base, ele enxerga a prevenção como o melhor caminho. O foco está em olhar cada atleta além das dores do momento, entendendo como cada fase da juventude mexe com músculos, ligamentos e até mesmo com o desempenho mental.
Protocolos rígidos e continuidade de cuidados
A rotina dentro dos clubes também se transformou. Nada de improviso ou “jeitinho” brasileiro. Os protocolos de atendimento são claros: se o atleta precisa de reabilitação, ele vai direto para a fisioterapia, sem circular pelo restante das instalações do clube. Isso reduz riscos, acelera resultados e torna as sessões mais tranquilas – tanto para os garotos quanto para quem está tratando.
Esse monitoramento contínuo cria um histórico detalhado do desenvolvimento dos meninos. Se um padrão de lesão começa a aparecer, as equipes médicas logo apontam causas e buscam formas personalizadas de prevenção. Eles usam desde testes físicos específicos até reuniões frequentes com treinadores e familiares, para ajustar treinos, alimentação e descanso.
A aposta nesses cuidados não é só para o presente. Figueirense e Avaí sonham alto: querem que seus talentos cheguem ao profissional saudáveis, sem marcas das lesões típicas da base, prontos física e mentalmente para encarar até clubes do exterior. Sinal dos tempos: cuidar bem dos novos jogadores virou tão importante quanto treinar fundamentos ou buscar vitórias em torneios juvenis.