Na noite de 11 de dezembro de 2025, enquanto os holofotes iluminavam o Los Angeles em chamas de luzes e efeitos especiais, o The Game Awards 2025 surpreendeu o mundo dos jogos com um anúncio que reviveu sonhos de fãs de décadas: dois novos Tomb Raider chegando em 2026 e 2027. Não foi apenas um lançamento — foi uma redenção. A Crystal Dynamics, em parceria com a Amazon Game Studios, revelou Tomb Raider: Legacy of Atlantis e Tomb Raider: Catalyst, ambos com Alix Wilton Regan como Lara Croft, a arqueóloga que virou lenda. E, pela primeira vez em anos, o futuro da franquia parece realmente promissor — mesmo enquanto a desenvolvedora enfrenta uma das crises mais profundas de sua história.
Um clássico renascido: Legacy of Atlantis
Tomb Raider: Legacy of Atlantis não é apenas um remake. É uma homenagem viva. Desenvolvido pela Crystal Dynamics em colaboração com a polonesa Flying Wild Hog, o jogo recria o título original de 1996 com o Unreal Engine 5, trazendo gráficos que fazem o jogador sentir o frio das cavernas e o peso das pedras antigas. As pistas da mítica Atlântida, os quebra-cabeças que marcaram gerações e até os dinossauros que assustaram os primeiros jogadores voltam — mas agora, com movimentos fluidos, iluminação realista e uma atmosfera que não apenas replica, mas amplifica o clima de mistério do original."É como se o jogo de 1996 tivesse sido enterrado e ressuscitado com alma", disse um designer interno ao site Gamevicio. "Não queremos apenas atualizar. Queremos que quem jogou na época sinta aquele mesmo arrepio. E quem nunca jogou, entenda por que isso virou lenda." O jogo chegará em 2026 para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC, com uma narrativa que segue Lara em sua primeira grande expedição, caçando os fragmentos do Scion, artefato que conecta civilizações perdidas.
Catalyst: A maior aventura de Lara Croft
Mas o verdadeiro choque veio com Tomb Raider: Catalyst. Lançado em 2027, o jogo é descrito oficialmente como "a maior aventura de Lara Croft até hoje" — e não é só marketing. O cenário se desloca para o norte da Índia, onde um cataclismo mítico libera forças antigas que ameaçam o equilíbrio do mundo. As montanhas se abrem, selvas engolem ruínas e templos escondidos começam a cantar com energias que não deveriam existir.O trailer, exibido em alta definição durante o evento, mostrou Lara correndo pelas paredes, escalando estruturas prestes a desmoronar e usando um novo dispositivo de corda com gancho — não só para atravessar abismos, mas para emboscar inimigos. "É um playground vertical, quase como um jogo de acrobacias em meio à natureza selvagem", explicou o diretor de design em entrevista pós-evento. "A natureza aqui não é cenário. É um personagem. Ela muda, reage, tenta matar você. E Lara precisa aprender a dançar com ela."
Além disso, o jogo promete um sistema de exploração mais profundo: ruínas com múltiplas camadas, cavernas que se reconfiguram conforme o clima e artefatos que só podem ser ativados em momentos específicos do dia. Tudo isso, segundo a Crystal Dynamics, foi inspirado em pesquisas arqueológicas reais sobre os templos do Himalaia e lendas indígenas do norte da Índia.
Uma empresa sob pressão
O anúncio brilhante ocorre em meio a uma tempestade interna. Entre 2023 e 2025, a Crystal Dynamics passou por quatro rodadas de demissões significativas — mais de 150 profissionais foram cortados, segundo o Game Industry Report. A equipe que desenvolveu Rise of the Tomb Raider e Shadow of the Tomb Raider foi reduzida a metade. Muitos acreditavam que a franquia estava condenada."Foi um momento de desespero", admitiu um ex-funcionário, sob anonimato. "Mas a Amazon entrou com recursos, liberdade e paciência. Eles não pediram um jogo por ano. Pediram um legado." Desde 2022, a equipe reduzida trabalhou em segredo, com foco total em dois projetos — não um. E agora, os resultados estão em tela.
Por que isso importa?
Porque Tomb Raider não é só um jogo. É um símbolo. De uma era em que jogos eram sobre exploração, não microtransações. De uma heroína que não precisava de um homem para salvá-la — e que, por décadas, inspirou meninas a sonhar com ruínas e pistas. A estratégia bifurcada da Amazon e da Crystal Dynamics é inteligente: um jogo para os fãs que cresceram com o original, e outro para os jovens que nunca viram Lara com um colete de couro e duas pistolas.Além disso, o uso do Unreal Engine 5 em ambos os títulos posiciona a franquia como uma das mais técnicas da indústria. E o fato de Alix Wilton Regan — conhecida por sua atuação em Call of Duty: Modern Warfare — continuar no papel, mostra que a identidade da personagem está em boas mãos.
O que vem a seguir?
Em 2026, os fãs terão o clássico reimaginado — com possíveis DLCs que expandem o mapa da Atlântida. Em 2027, a nova jornada de Catalyst pode abrir caminho para uma trilogia ambientada na Ásia, com possíveis crossover com outros títulos da Amazon. E, se os jogos venderem bem, a franquia pode finalmente escapar do ciclo de reboot e se tornar uma saga contínua — como God of War ou The Last of Us.Enquanto isso, o mundo espera. Porque, às vezes, um jogo não é só entretenimento. É uma promessa de que o passado ainda pode ser respeitado — e que, mesmo em tempos de crise, a coragem de explorar o desconhecido ainda vale a pena.
Frequently Asked Questions
Quem é a atriz que interpreta Lara Croft nos novos jogos?
A atriz britânica Alix Wilton Regan, conhecida por seu trabalho em Call of Duty: Modern Warfare, reprisará o papel de Lara Croft nos dois novos títulos. Ela já havia dublado a personagem em Tomb Raider: The Legend of Lara Croft (2021), e sua performance foi elogiada por fãs e críticos pela profundidade emocional e autenticidade nos movimentos e expressões.
Por que a Crystal Dynamics está fazendo dois jogos ao mesmo tempo?
A estratégia é clara: atender dois públicos distintos. Legacy of Atlantis é para os fãs clássicos que querem reviver o jogo de 1996 com tecnologia moderna. Já Catalyst é um novo universo, criado para atrair jogadores mais jovens e expandir a franquia. A Amazon, como publisher, investiu em duas equipes paralelas — uma focada no remake, outra na nova história — para maximizar o impacto e reduzir riscos.
Qual é a diferença entre Legacy of Atlantis e Catalyst em termos de gameplay?
Legacy of Atlantis mantém o ritmo mais lento e baseado em quebra-cabeças e exploração de ambientes fechados, como o original. Já Catalyst é mais dinâmico, com foco em movimentos acrobáticos, escaladas verticais e combate em ambientes abertos. O novo gancho de corda, por exemplo, permite combinações de movimento que transformam a exploração em uma experiência quase cinematográfica.
Por que a Flying Wild Hog está envolvida no Legacy of Atlantis?
A Flying Wild Hog, estúdio polonês conhecido por Shadow Warrior, foi escolhida por sua experiência em jogos de ação com foco em ambientes detalhados e mecânicas de movimento fluidas. Eles ajudaram a adaptar o design clássico do jogo de 1996 para os padrões atuais, sem perder a essência. É uma parceria estratégica: a Crystal Dynamics cuida da narrativa e da identidade da personagem, enquanto a Flying Wild Hog otimiza a jogabilidade.
Onde será ambientado Tomb Raider: Catalyst?
Catalyst se passa no norte da Índia, em regiões montanhosas e selvagens que misturam templos esquecidos, florestas densas e ruínas de civilizações antigas. A equipe de desenvolvimento viajou para a região, estudou lendas locais como a de Shambhala e consultou arqueólogos indianos para garantir respeito cultural. O cenário não é apenas visual — é parte da narrativa, com elementos que reagem ao clima e ao tempo.
O anúncio veio em um momento difícil para a Crystal Dynamics. Isso muda algo?
Sim. As demissões entre 2023 e 2025 deixaram a equipe enxuta, mas também mais focada. Em vez de tentar atender a todos, a equipe agora prioriza qualidade e inovação. O fato de terem conseguido desenvolver dois jogos de alto nível com menos pessoas — e ainda assim manter a integridade da franquia — é um sinal de que a reestruturação, por mais dolorosa que tenha sido, pode ter sido necessária para a sobrevivência da série.