INSS prepara operação para alertar vítimas de descontos indevidos
A dor de cabeça para milhares de aposentados e pensionistas começou a ganhar um novo capítulo nesta semana. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estreou, desde o dia 13 de maio, uma operação nacional para alertar beneficiários atingidos por descontos suspeitos relacionados a empréstimos consignados. A decisão veio diante de relatos e denúncias de fraudes, que se multiplicaram nos últimos meses, trazendo desconfiança e prejuízo para quem já depende da renda mensal do benefício.
A estratégia do INSS é direta: atingir os atingidos nas plataformas que já fazem parte da rotina deles. O aplicativo Meu INSS e o site homônimo estão sendo as principais portas de contato, mas o telefone 135 também segue disponível para quem não tem familiaridade com as ferramentas digitais. O órgão já começou avisando pessoas que não foram afetadas, abrindo espaço para a etapa mais decisiva: contactar quem realmente sofreu deduções não autorizadas.
Nessa onda de notificações, o beneficiário consegue saber imediatamente se existe algum desconto indevido. Bastam poucos cliques — ou uma ligação — para descobrir se o valor subtraído do benefício foi autorizado ou não. A resposta precisa ser rápida: quem receber o alerta deve conferir todas as informações, reunir documentos e responder à notificação sem demora, já que todo o trâmite entre contestação e ressarcimento tem um prazo apertado de 15 dias úteis, a partir da resposta dos bancos e associações envolvidas.

Milhões bloqueados e regras para devolução do dinheiro
O tamanho da fraude assusta, mas o governo se antecipou congelando R$2,56 bilhões em bens de entidades e associações suspeitas. Esse dinheiro, guardado como garantia, servirá para que o INSS possa restituir rapidamente os lesados, caso as instituições não apresentem provas de que os descontos eram legais.
O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, foi transparente sobre o processo: nem toda associação envolvida atuou de forma irregular. Ao contrário, boa parte presta serviços legítimos. Segundo ele, os casos mais sérios se concentram em entidades criadas recentemente, que parecem funcionar apenas para explorar fraudes e ampliar ganhos ilícitos sobre benefícios de pessoas vulneráveis.
Ainda existe confusão sobre o tamanho total do rombo. O número que correu nos jornais, de quase R$6 bilhões, pode não refletir a realidade. A soma final depende da resposta de cada instituição e das investigações em andamento. Só após fechar esse balanço, o governo vai definir de onde virá o dinheiro para complementar ressarcimentos: pode usar os valores bloqueados, recorrer a créditos extraordinários ou até à reserva do próprio INSS.
- Quem for notificado deve confirmar a legalidade do desconto pelo app, site ou telefone.
- As instituições responsáveis têm até 15 dias úteis para justificar ou devolver os valores via guia federal.
- Se não houver resposta ou devolução, o INSS assume a responsabilidade pelo pagamento direto ao vítima.
Todo o processo corre pela plataforma do Meu INSS, com acompanhamento online para agilizar as etapas. Em caso de dúvidas, a central telefônica continua sendo um recurso útil — especialmente para quem prefere o atendimento convencional ou enfrenta limitações com ferramentas digitais.
Por trás desse movimento, além do alívio financeiro, está a tentativa de recuperar a confiança dos beneficiários no sistema e punir quem apostou na impunidade de criar associações falsas só para tirar vantagem de aposentados e pensionistas desinformados ou vulneráveis. A expectativa é resolver todos os casos dentro de um mês, após o fim do período de defesa das instituições.